Vórtice

2024/25

Ficha técnica

Lado A

01

Raiando a Terra

(BCM3E2400002)

Voz: Cello Dante

Bateria: Marquinhos dos Santos

Baixo: Renato Alves

Guitarra: Ricardo Ponte

Piano elétrico: Filipe Togawa

Efeitos eletrônicos: Cello Dante e Ricardo Ponte

02

um montão de estrelas

(BCM3E2400003)

Voz: Cello Dante

Bateria: Marquinhos dos Santos

Baixo: Ricardo Ponte

Guitarra: Ricardo Ponte

Efeitos eletrônicos: Cello Dante e Ricardo Ponte.

03

Quando as luzes se acendem 

(BCM3E2400004)

Voz e violão: Cello Dante

04

a fortaleza

(BCM3E2400005)

Voz: Cello Dante

Bateria: Marquinhos dos Santos

Baixo: Renato Alves

Guitarra: Ricardo Ponte

Efeitos eletrônicos: Cello Dante e Ricardo Ponte

 

05

planalto central

(BCM3E2400006)

Violão: Cello DanteEfeitos acústicos e eletrônicos: Ricardo Ponte

06

pessoas

(BCM3E2400007)

Voz: Cello Dante

Baixo: Ricardo Ponte

Efeitos eletrônicos: Cello Dante e Ricardo Ponte

07

meu caminho

(BCM3E2400008)

Violão: Cello Dante

08

o discurso

(BCM3E2400009)

Voz: Cello Dante

Guitarra: Ricardo Ponte

Efeitos eletrônicos: Cello Dante e Ricardo Ponte

 

Lado B

01

PSICODÉLICA

 

 

02

A TEORIA DAS CORDAS

 

 

03

O ANDARILHO

 

 

04

DEBAIXO DO BLOCO

 

 

05

HOMEM DE LATA

 

 

06

DO OUTRO LADO DA LUA

 

 

 
 

Todas as composições de Cello Dante

Todos os arranjos de Cello Dante e Ricardo Ponte

Gravado, mixado e masterizado por Ricardo Ponte

Produção fonográfica: Cello Dante

Produção musical: de Cello Dante e Ricardo Ponte

Letras

01 – Raiando a Terra

Êh, tá raiando o céu

Tá raiando azul

Sai do chão da Lua

 

Ê, vai nascendo só

Num eterno nu

Flutuando muda

 

Êh, e lá vai a Terra

Êh, vai levando todos

Êh, vai juntando os versos

Êh, colorindo sonhos

 

Êh, vão pensando os sábios

Rezam os fiéis

Vão cantando os bardos

 

Êh, penam os cruéis

Vão lutando os bravos

E deixam os anéis

 

Êh, e lá vai a Terra

Êh, vai levando todos

Êh, vai juntando os versos

Êh, colorindo sonhos

 

Êh, e lá vai a Terra

Êh, vai curando prantos

Êh, vai levando pedras

Pra enterrar quem sofre mágoas

 

Vai riscando

Um céu preto

A dançar entre as estrelas

É nossa nave a girar

02 – Um montão de estrelas

Um montão

No meio de tantas estrelas

Vamos nós

 

A girar

Numa ínfima bolinha azul

Vamos nós

 

Um clarão

No fim de uma espiral de luz  

Vamos nós

 

A vagar    

No meio de tanta poeira

Juntos, só

 

E poeira, sim, somos nós

Mas dentre zilhões                    

E outros zilhões

E mais um tantão de outros zilhões de estrelas

Quem está lado a lado                          

Somos você e eu

 

E poeira, assim, somos nós

Mas entre clareiras

E alguns clarões

Tem mais uma luz dentre tantas

estrelas

Que ilumina a poeira

Que sou eu, é você

 

A chocar

Entre sóis

Fomos nós

Todo esse espaço

Em quatorze bilhões de eras

(Em treze ponto oito bilhões de eras)

O nosso incidente estelar

(O Nosso pequeno incidente estelar)

     

Habitar                

Uma noz

Muitos sós

Todo esse espaço                                           

                                               

Que dentro de meu coração de

poeira

Em tantos segundos ocupa você

 

Bem maior (Tantos os segundos e segundos que o Universo tem)

Quão maior (Estes os segundos tão profundos que estes versos têm)

Tão maior

Bem maior dentre tantas estrelas

03 – Quando as luzes se acendem

Plumas e ventos em seu cabelo, a mulher que só quer viver

Vagamundo no seu destempo, esquecendo que já foi feia

Canta um blues, negros versos seus dos amores que já viveu

Enfeitiça no picadeiro a voz duma frágil estrela

 

Quando as luzes se acendem, a garota desperta e vê

Que foi só um lindo sonho, a plateia já lhe esqueceu

 

Dentro de um hotel qualquer, sobram tantas horas

Tanto tempo que dê pra olhar-se no espelho

Lento, deixa que um cartel roube sua história

Tanto frágil, pensando enganar os seus medos

 

Limpam mil lenços crus o seu rosto inteiro, a mulher desapareceu

Viramundo no seu desterro, lembranças da adolescência

Só se reluz, tão imersa em seus desamores que já viveu

Entorpece no picadeiro a voz de uma frágil estrela

 

Quando as luzes se acendem, a garota desperta e vê

Que foi só um lindo sonho, a plateia já lhe esqueceu

04 – A fortaleza

Dentro do portão as horas passam como sempre

E lá dentro fica a se encolher como num ventre

Sempre a esperar que lhe deem a mão

Sempre a se esconder de um mundo que não

É do jeito que ele quer

 

Já largou seu sonho pendurado na parede

Fica a remoer sempre distante do presente

Longe a esperar uma salvação

Desde que não seja vinda de suas próprias mãos

Porque não crê em si

05 – Planalto Central (instrumental)

06 – Pessoas

Tá vendo aquele no sinal

Pedindo pois não

Conseguiu dinheiro

Pois não trabalhou?

 

Pedintes são pessoas

Que não têm emprego

Bm7(9)

Como vão conseguir dinheiro

Pra não mais pedir?

 

Tá vendo aquele a lutar

Por sua terra, por seu povo,

Sua língua e memória

 

Índios são pessoas

Com mitos e fatos

Que se desdobram na floresta

Como não lutar?

 

Asas sob o céu

Voam tanto azul

Não houvesse céu

Voariam

Sobre os mares

 

Tá vendo aquele a chorar

Sentindo-se menor

Porque alguém na escola

O chamou de

“Pretos” são pessoas

Que nasceram pretas

São feitas de sonho e sangue

E marca das galés

 

Tá vendo aquela a gritar

Os anos em silêncio

Lhe deixaram tantas marcas, mas

 

Mulheres são pessoas

Não são objetos

Amor não tem gritos e socos

Como se calar?

 

Asas sob o céu

Voam tanto azul

Não houvesse céu

Voariam       véus

Voariam         nus

Voaria  ao        léu

Voariam

Sobre mares

 

Asas sob o céu

Voam tanto azul

Não houvesse céu

Não teria

Mais as asas

07 – Meu caminho (instrumental)

08 – O discurso

Vos dou a paz

Se aceitarem o que sou

Dou a paz

Se concordarem com o

Meu cabelo

Meu enredo

Meus apelos

Os meus medos

Dou a paz

Paz, se temerem como eu

 

Vos dou a paz

Paz, se tragarem o que sou

Dou a paz

Se concordarem com

Os meus fatos

Meus cigarros

Os meus sarros

Meu escárnio

Dou a paz

Paz, se escarrarem como eu

 

Vos dou a paz

Paz, se amarem o que sou

Dou a paz

Se concordarem com o

O meu ócio

O meu ópio

Meus negócios

O meu ódio

Dou a paz

Paz, se odiarem como eu